Um Café


Qual a chance de você encontrar alguém que sabe tanto sobre o nada e o porra nenhuma como você? 

Eu diria que é pequena e envolve uma série de coincidências, uma das quais envolve a cor ou a falta de cabelos. Ou seja, alguns anos devem ter se passado e muitas histórias acontecido na vida das duas pessoas.

Tomar um café com pessoas assim são como longos abraços: são momentos reconfortantes em que percebemos que não estamos sozinhos no mundo. Existe afinal, vida inteligente, ou pelo menos, alguém tão burro como nós.

Nos últimos quatro meses tive a sorte de trocar ideias com meu amigo Basile, acompanhado de um café da Dona Marili.

Os assuntos foram tão variados que falamos sobre etimologia – origem das palavras – até chegarmos a Zaratustra. Às vezes na mesma conversa.

O que temos em comum além da idade? 

Porra nenhuma. 

Eu sou maringaense, ele carioca. Andamos por caminhos diferentes e provavelmente vimos e vemos o mundo por ângulos também diferentes, mas, sabemos escutar sem interromper e o mais importante: não queremos ter razão, apenas aprender.

Como não temos nada a perder, apenas a ganhar, desfrutamos nosso café, ganhando em conhecimento, divertimento e qualidade de vida. Inclusive falamos sobre trabalho, de como fazê-lo melhor, de forma descontraída, sem protocolos. Mais aprendizado.

Lembro de outros cafés, com outros amigos e amigas. 

A capacidade de ouvir e ser ouvido sem pré-julgamentos é impagável.

Sem lições de moral, apenas café.

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