As Lições Que Não Aprendemos


A vida é um eterno aprendizado e desenvolvimento pessoal. Nas lições que aprendi – e levou tempo – percebi que pouco ou nada posso mudar em termos de opinião ou modo como qualquer pessoa age ou pensa.

Existe todo um contexto de cultura, meio social, a questão “estão mexendo no meu queijo”, “faça o que eu digo, não o que eu faço”, qual é a ideia de bom senso, honestidade, ética e caráter individual.

Além disso, mesmo aqueles que não tiveram educação formal – sim, quanto mais tempo ficamos na escola, mais aprendemos a pesquisar em mais de uma fonte, sermos céticos, exigentes com as respostas que nos dão – não se vão além das manchetes, ou apenas por que está escrito na Internet ou em um jornal qualquer entendem que é a verdade.

É duro competir com a ignorância e com interesses próprios.

A história do Brasil, bem lida e estudada é um conjunto de interesses financeiros, desde seu descobrimento e de todos aqueles que idolatramos como heróis. Uma pequena pesquisa sobre a Inconfidência Mineira dirá que Tiradentes era agiota, possuía escravos, cobrava com violência seus devedores e fazia tudo isso mesmo tendo o cargo de Intendente do Exército Português. O motivo da tal Inconfidência, uma revolução que nunca existiu de verdade, era o imposto que Portugal começou a cobrar dos mineradores, na taxa de 20%, ou o “Quinto dos Infernos”, de onde surgiu a frase que usamos até hoje.

A Independência foi um conjunto de interesses dos próprios portugueses, que na dúvida que um “forasteiro” se adiantasse, deixou para trás Dom Pedro, primeiro imperador do Brasil, que com a morte do pai em Portugal, abdicou de seu trono aqui para urgentemente assumir o de seu país de origem. Emprestamos dinheiro da Inglaterra para que o Brasil fosse reconhecido como país por Portugal após o pagamento de 2 milhões de libras, daquele tempo. Nossa primeira dívida externa. Deixamos de ser dependentes de um país europeu para sermos presos à outro por uma dívida imensa.  

Guerra do Paraguai? Conquista de terras estrangeiras, após Solano Lopez invadir um pedaço do Brasil, quando a Tríplice Aliança passaram ao fio de espada até mesmo crianças, de um Paraguai estraçalhado.

A história é escrita pelos vencedores. Às vezes eles contam a verdade, como no caso do Holocausto durante a Segunda Guerra. Outras, temos que acreditar que submarinos alemães torpedearam navios brasileiros em nossa costa, nos obrigando a entrar na 2ª Guerra, apesar de termos um ditador no Governo, Getúlio Vargas. Carniceiro e amigo de Hitler, enviou Olga Benario, de origem judia e comunista, para a Alemanha nazista.

O Brasil está vivendo uma guerra de narrativas em que eu não quero entrar. Existe a verdade inegável que estamos sendo sugados pela corrupção desde a abertura política. É inegável que a Anistia não foi irrestrita, pois foi dada apenas para guerrilheiros, curiosamente, os mesmos que estão sendo acusados pela justiça, não mais por assaltos à mão armada, bombardeamentos, sequestros de pessoas e aviões, assassinatos e justiçamentos, mas por assassinatos em massa: corrupção.

Corrupção é quando políticos, sejam de que partido forem, subtraem o dinheiro da saúde, da educação e da infraestrutura para benefício próprio. Assassinam pessoas de forma indireta nas filas dos hospitais, nos buracos das estradas, na falta de oportunidades que levam indivíduos à marginalidade e, por consequência, ao aumento de assaltos e latrocínios.

Eu tenho formação em informática e minha mente trabalha de forma binária: falso ou verdadeiro, portanto, foi e é difícil viver em um mundo polimorfo, onde existe pouca lógica. Pessoas querem enriquecer trabalhando de empregados e acreditando que o lucro de seus empregadores é algo injusto. Como assim? Se ser empresário é tão fácil, assim como ter lucro também é fácil, por que não somos todos empreendedores?

Estamos diante de um novo Governo. Não é o melhor, tenho que concordar, mas na escala que eu conheço nos meus 56 anos, é um dos que mais quer mudar o Brasil, trazê-lo para dentro do cenário mundial.

O presidente precisa deixar de ser infantil. Ele fala coisas reais, mas precisa mudar o tom. Que seus ministros, com dados reais, nos tragam as informações. 

Matem a cobra e mostrem o pau.

Eu, pessoalmente, vou ser um observador de agora em diante.

O Brasil precisa de muita ajuda. A sociedade brasileira está empobrecida, financeira e moralmente. A população está há tanto tempo acostumada a criar piadas sobre sua própria desgraça que esqueceu de enojar-se com sua situação de penúria.

Deus tenha pena de nós. 

Ou não. Talvez estejamos vivendo nosso carma.


Comentários

Postagens mais visitadas