Brasil 1 X Mundo 7
Trabalhando com processos há
tantos anos e analisando como o Brasil funciona, uma coisa ficou clara: o
Brasil não gosta de funcionar.
Tenho, posso dizer sem errar,
centenas de conhecidos, amigos e parentes que vivem fora do país, procurando
oportunidades onde elas existem. São pessoas preparadas, com pelo menos um
diploma, gente de coragem mesmo, mas que olharam em volta – por isso enfatizo a
palavra “coragem” – e não enxergaram onde estaria seu futuro.
Partiram. Foram atrás de quem
lhes pagasse mais, que lhes desse mais segurança, que respeitasse o trabalho
deles. Perdas para o Brasil, um ganho invisível para esses países que os
adotaram.
Nas empresas brasileiras o turnover
(a troca de pessoas) é muito grande. As gerações X, Y e os Millenials não
querem carreira, querem (em geral) ganhar muito bem, dividir a riqueza de quem
trabalhou décadas porque acreditam que assim o país seria mais “decente”, mas
não abrem mão de nada que o capitalismo pode lhes conceder.
Sou de direita e conservador.
Entendo que existe um algoritmo no Facebook que pretende ligar pessoas que têm
amigos em comum. Por vezes eu vou até esses perfis “selecionados” e encontro o
tal do “Ele Não”, “Serei Resistência”, junto com fotos lindas de Paris,
Londres, Caribe, New York, Washington. Pode parecer estranho, mas nenhuma
dessas pessoas visitou Cuba, a atual Venezuela e nem ao menos vi algum tipo de ação
de voluntariado.
Nada de Médicos Sem Fronteiras,
Cruz Vermelha ou mesmo, vamos lá, um sopão para necessitados.
Eu sou capitalista. Acredito na
meritocracia. Acredito que tenho direito à minha propriedade e quem tenta-la
invadir vai se arrepender. Acredito que tenho direito a Justiça, independente
da minha cor, meu sexo, minhas preferências sexuais. Acredito, piamente, que
todos devemos ter os mesmos direitos, assim como os mesmos deveres.
São crenças sem ética? Sou uma
pessoa sem caráter? Devo então ser preterido porque sou um pagador de impostos
mais efetivo que outra pessoa? Não é uma inversão de valores?
Pessoas de direita são
consideradas xenófobas. Eu já fui chamado disso. Tentei uma vez explicar o meu
não entendimento sobre tantas verbas serem enviadas para o Norte e Nordeste, quando
desse dinheiro não se tem nenhum resultado. Fui chamado de preconceituoso, porque
é claro, tenho descendência europeia, moro no Sul do Brasil e então, devo ser
um privilegiado.
Sou? Praticamente toda energia elétrica
que consumo vem de hidrelétricas, principalmente de Itaipu, mas tenho que pagar
tarja vermelha na minha conta mensal, porque, é claro, não existe água no Nordeste,
mas existe gente.
Tenho que pagar uma Previdência, IR,
PIS, ISS, ICMS e mais outros tantos impostos que seria cansativo discriminar,
porque eu moro no Sul, onde existem tantas pessoas com o meu perfil “privilegiado”
que tenho concorrentes pela minha vaga de emprego em todas as esquinas. Não é
maravilhoso? Não, não é!
Tirem aquelas pessoas da pobreza,
daquelas terras sem água, sem capim para seus animais, com tantos políticos
corruptos! Ninguém ainda percebeu que aquilo é um deserto? Eles não ajudam o Brasil estando lá! Não geram renda, apenas
consomem com o dinheiro de esmola que recebem.
Meu pior sentimento é estar certo
sobre uma teoria que eu escutei: que mesmo que fossem encontradas pedras
preciosas em todas essas propriedades perdidas de Deus, as pessoas continuariam
a pedir o Bolsa Família e continuariam a chorar de fome e sede.
Pelo costume: tudo vem muito
fácil.
É mais fácil deixar o filho
ignorante do que dar educação e depois enviá-lo para a escola para ter ensino.
Vamos olhar em volta? Quantos filhos pensam que estão sendo “castigados” com a
escola, que merecem presentes, dinheiro, carros e viagens apenas porque
passaram de ano? Quantos entendem o sacrifício de seus pais, do País, para que
se tornem verdadeiras pessoas?
Não é xenofobia quando o que
falamos é verdade.
Não é crítica quando dizemos, sem
pestanejar, que o STF se desviou de seu propósito, seus integrantes não merecem
continuar em seus cargos. O STF é uma organização política, aos serviços de
quem pode pagar mais.
Congresso Nacional? Alguém pode
dizer que não é uma entidade do mal? Como podem votar em menos de 48 horas o
que lhes interessa – salários, própria previdência, plano de saúde, Fundo
Eleitoral – e deixar o país durante um ano aguardando pelos projetos de
Previdência e Pacote Anticrime?
Alguém duvida que o Partido DEM é
o novo MDB, que vive e sobrevive e compartilha a corrupção de outros partidos,
principalmente do chamado Centrão? O que é o Rodrigo Maia a não ser um sujeito que
tem o foro privilegiado para não ser julgado por seus crimes na Lava-Jato? Quem
é Alcolumbre a não ser um aproveitador, pior que seu colega da Câmara Baixa?
O Brasil conseguiu melhorar,
pouco, eu sei, mas conseguiu. 1 milhão de empregos foram gerados nesse ano. A
Bolsa de Valores mostra o aumento do lucro e valor das empresas. A criminalidade
está diminuindo.
Infelizmente, com tudo isso, o
ego também cresceu muito! Aqueles com “Ele Não”, “Serei Resistência” agora
podem fazer mais viagens ao exterior e falar mal do país em que vivem e
trabalham.
Estamos muito, mas muito longe de
ser um lugar decente e, Deus, nos perdoe, porque até agora não soubemos o que
fazer com essa maravilha que o Senhor nos deu.
Somos todos pecadores.
Comentários
Muito temos a aprender, tanto sobre nossa Nação, Costumes e Cultura, quanto a política praticada.
Infelizmente muitos pagam caro, pela desorganização, desvios e ausência de conhecimento sobre o real valor do voto.
O que faz, com que aqueles que deveriam ser empregados do povo, se sintam deuses de um Olimpo chamado Brasil.
A culpa não é do Homem do Norte ou do Nordeste, a culpa é de TODOS os Brasileiros, que SEMPRE permitiram abusos, reelegendo corruptos e ladrões.
O Norte e o Nordeste, se não produzem ainda o mesmo volume do sul, não é por falta de seriedade de seu povo, mas por falta de controle que deveria acontecer através de representantes do sul, que também roubam e muito mais, porém como até então a maior fonte produtiva de riquezas aí está, joga-se a culpa onde se produz menos.
Mas isso está começando a mudar, em breve.